quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Dilema do Segundo Post...

Caros amigos. Após um longo tempo de inércia, num raro momento de sobriedade, resolvi postar novamente. Dizem que o grande problema de se fazer um blog é a pequena quantidade de acessos nos dias e meses iniciais. O "blogueiro" ou "blogger", faz um monte de posts e depois de um bom tempo sem acesso acaba desistindo. Justamente na hora em que as pessoas começariam a ler.
Aha!! Mas no BQcity é ao contrário, o “poeta” faz um post só, um monte de gente lê e até comenta, me encontram na rua pra dizer que ficou legal e ponto. Quem desanima são os leitores! Mas eu prometo que não vou deixar vocês na mão.
Sandices à parte, a verdade mesmo é que a proposta do blog, que é falar sobre as coisas que acontecem, aconteceram e acontecerão em Barbacena, tem me causado uma certa celeuma na escolha de um novo tema. Afinal, que acontecimento ou lugar de Barbacena me possibilita um post ao menos próximo do primeiro Hard Rock Saleh. Um barzinho que é um manancial de idéias por si só.
Mas como hoje é quarta, véspera de feriado, na iminência de uma longa seqüência de dias de golo e noitadas, venho trazer a vocês uma reflexão, que será tema do terceiro post, logo a seguir. O que é a noite de Barbacena? Será que ainda podemos manter aquele discurso provinciano de que a noite de qualquer lugar é melhor que a daqui? Eis a minha opinião bastante animadora...

BARBACENA TEM, SIM, NOITE!!

          Há muito tempo que eu me considero um cara otimista, com essa mania de procurar um lado bom nas coisas e de sempre enxergar o copo meio cheio.
         Tudo começou quando um dos meus  professores na UERJ marcou uma prova de Direito Tributário para as oito e meia da noite, justo num dia de final de Copa do Brasil entre Cruzeiro e Flamengo (o melhor time do multiverso). Neste dia não deu para o Flamengo, mas isto já é uma outra estória.
        Fui fazer a caveira do professor para um amigo meu, também flamenguista:
- Cara, que “sem noção” marcar a prova pra quarta, na hora do jogo. Ou esse cara brinca de boneca ou é vascaíno. Ou os dois. Vamos perder o primeiro tempo inteiro...
Ao que o guru dos otimistas respondeu:
- Pô velho, ainda bem que é o primeiro tempo, pior se fosse o segundo que é a decisão do jogo.
         Ao invés de xingar, esquincalhar e lamentar, o cara viu o lado bom do prejuízo. Desde então, eu venho me exercitando pra fazer o mesmo.    E o que isso tem a ver com o tema em questão? Tudinho.
         Todo mundo diz que a noite aqui em BQ não existe e que não tem nada diferente de espaço vazio e fantasma nas ruas, de segunda a quarta-feira. Quinta-feira tem umas porcariazinhas e domingo é pra descansar do infindável fim de semana de duas noites (uma de bar e outra de festa se der sorte).
         Proclamam a todos os cantos que nestes dias ninguém sai de casa e o negócio é comprar uma garrafa de pinga e se esconder na casa de alguém pra ficar doidão.
Que paradoxo! Que tautologia! Se todo mundo ficar chapando em casa é lógico que ninguém vai estar na noite. A recíproca também é verdadeira. Aliás não é isso que fazem as tautologias? Explicam-se por si sós? Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?
         E o que eu vejo? 
      A minha visão é de quem chegou em Barbacena há cinco anos atrás. Na época, a realidade era bem próxima do marasmo descrito acima. As boates eram o recém reformado Castelo Country, ele mesmo, o Chalé, que sobrevive até hoje, e as extintas Loft e Euro, que comportariam pessoas bastantes em uma cidade de trinta mil habitantes mas nunca numa festa razoável em Barbacena. Além disso, tinha festa no Metropolitan, que também acabou, e no Mirante, de vez em quando.
Barzinho era o Dimas, que acabara de se mudar para um lugar mais amplo e que lotava até sair pelo ladrão, com vinte galeras na fila de espera por uma mesa – bons tempos aqueles, hein, Seu Dimas! – e o Jiló com Pimenta que nunca comportou muito mais de trinta sentados e vinte em pé, parecia um buzão. Também o Meu Cantinho e o extinto Barril, do nosso amigo Tavinho, que, de vez em quando, juntavam um punhado de gente, mas não um punhado muito grande.
Cumpre lembrar, por fim, do Hard Rock Saleh, que sempre esteve lá, firme e forte, com o mesmo ambiente roqueiro que conheci e conheço até hoje, com a diferença de que, nesses tempos, não tinha gente na calçada e nem do outro lado da rua.
Dá pra perceber que teve mais points extintos que sobreviventes. Em contrapartida, muitos outros surgiram. E aqui vamos nós. Corrijam-me se eu estiver errado e me recordem dos que eu não mencionar para que eu possa editar depois.
Boates reabriram como é o caso da Baden, antigo “sei-lá-o-que-nhão”, que começou tentando acabar com o esquema compra-ficha, de quermesse, das boates antigas, com uma reforma legal e um ambiente amplo e bem melhor que o das predecessoras. Hoje o compra-ficha voltou mas a boate tá bem legal, trazendo atrações de todos os sabores.
Apareceu a tal da Unique “de Boné Não Entra” que dizem que está boa. O problema é que enquanto não me deixarem entrar vestido com pelo menos um dos meus queridos bonés, fica inviável falar mais que isso. E já que não dá pra elogiar... Deixa pra lá. Pelo menos é uma boate que já está preenchendo os vazios das noites de quinta-feira. Acrescentando que quinta é o melhor dia da Arapuca do Baiano, barzinho que praticamente não existia antes da reforma que o tornou bem maior e acolhedor. Não se pode mais dizer que quinta-feira é um daqueles dias de vácuo na semana.
Nas redondezas da Praça Santos Dumont, sul da cidade – é sul mesmo porque eu olhei no Google Maps – está surgindo o que muitos estão chamando de “Passarela do Álcool de Barbacena”, são vários bares próximos uns dos outros, onde a turma tem se encontrado antes de ir pra night ou, até mesmo, pra curtir a noite inteira. No lugar do Jiló surgiu o Bonabrasa que, por incrível que pareça, usando o mesmo espaço comporta mais gente, digamos um buzão e meio. O Jiló mudou de lugar mas continua lá, fazendo volume. O batista abriu um bar maneiro, grande, que pode abrigar uns cento e cinqüenta, desde que a cozinha comece a funcionar até mais tarde. Tem mais um punhado de bares próximos uns dos outros onde o pessoal fica chapando. O lugar tá ficando bom e seria uma ótima sugestão para alavancar as noites de terça e quarta.
No São José, temos o Relicário, bar do nosso simpatissississíssimo amigo Daniel, grande anfitrião. O ambiente ficou muito bom, num clima pra todas as tribos. Música ao vivo quase todos os dias com os melhores músicos de Barbacena. Comida maneira, cerveja gelada e uma galera excelente no atendimento. Ainda estou devendo um post sobre o show dos Pré-Pagos no Relicário, mas não se aflijam, eu não me esqueci, é que o BQCity é slow food mesmo! Por enquanto fica a deixa de que os Pré-pagos têm um repertório só deles com letras muito boas e música melhor ainda. A gente ficava esperando eles tocarem as músicas famosas de outras bandas pra poder ir ao banheiro porque as músicas deles não dava pra perder.
Ainda no São José, mudando de parágrafo em virtude do longo adendo, temos aquele barzinho que já foi Grão-Cevada, que já teve um monte de nomes, pagodes etc. Ali perto da Escola Agrícola. Também tá com lotação máxima direto e música ao vivo sempre que eu passo por lá. Gente, quando eu ficar sabendo o nome eu edito (ou se vocês me lembrarem). Essa é uma das vantagens de se escrever um blog. Por não sermos jornalistas, não temos nenhum compromisso com a verdade nem com a informação completa, apenas com a nossa opinião. Sem querer abusar dos hífens que eu já usei acima, o nome do bar é “aquele-que-já-foi-Grão-Cevada”, até ulterior informação mais precisa.
Bem, o post tá ficando muito grande e eu não quero deixar ninguém entediado. Tenho certeza que eu esqueci muitos points que ainda estão bombando (vamos acrescentando aos poucos) mas, de tudo que eu falei até aqui, a verdade é que não dá mais pra dizer que a noite de Barbacena é um marasmo. Ela FOI um marasmo e só continua assim para os estagnados, aqueles que ficaram parados no tempo e só sabem reclamar.
BARBACENA TEM, SIM, NOITE e se a galera da pinga em casa começar a mexer o seu traseiro gordo e sair de casa nos dias mais vazios, a minha opinião se comprova e nós teremos algo pra fazer sempre e sete dias para bebemorar na semana.
BARBACENA TEM, SIM, NOITE!

domingo, 27 de março de 2011

Hard Rock Saleh

Seria um bar? Um pub de portas abertas? Um grêmio acadêmico? Ou um bloco carnavalesco onde o samba é o rock?
Localizado no início da Rua XV, num lugar aonde dizem que a rua ainda não tem este nome, em frente à antiga Padaria Santo Antônio, em cima do Sales e embaixo do Didico, está o Saleh, ou melhor, o seu bar. O Hard Rock Saleh. 
         Estou aqui para tentar amenizar as reticências dos(as) céticos(as), sobretudo daqueles(elas) que costumam atravessar a rua quando passam em frente ao bar, fugindo das piadinhas sem graça do gordinho que bebe na porta de tempos em tempos. Gente, o gordinho não morde e o bar é bom! Tem meninos e meninas.
Pra quem não conhece – bem, todo mundo conhece mas a maioria não tem coragem de entrar – trata-se de uma das atrações turísticas de Barbacena, onde se ouve a melhor música e se travam os maiores embates pseudocientíficos da cidade (e até científicos). Ah, também se fala besteira e se bebe muita cerveja gelada, muita mesmo, e gelada.
O dono, nosso querido José Maria Saleh Júnior, o Oompa Loompa, é das figuras mais simpáticas e peculiares. Recebe melhor as pessoas na proporção em que são novatas no bar e do sexo feminino. Não podemos culpá-lo por isso, pelo menos não pelo último critério. Isso quer dizer que se você é homem e já está viciado na galera, na música e no ambiente, não há muita esperança. O que não é problema já que para os mais antigos, é permitido buscar a sua própria cerveja no freezer, abrí-la, bebê-la e pendurar a conta até o próximo ano bissexto. É ou não é um negócio da China?
E a música. A música é bem eclética. Toca de tudo, desde que seja rock. Se você quiser ouvir um funkzinho, pode ficar no seu carro ouvindo até matar a vontade e depois vir pro bar. Se você quiser ouvir música eletrônica, tem duas opções: a primeira é ir ao Saleh, encher a cara ouvindo rock e, por volta da meia noite, partir para uma boite, a segunda é ir para uma boite, ouvir o seu tuti-tuti até cansar e, no fim de night, chegar bêbado pra encher o saco do Saleh. Confesso que esta última opção é a mais aprazível.
Tem figurinhas carimbadas como o seu garoto propaganda, o “poliglota” Jacó, e os seus pretensos suplentes, o Sr. Evandro “Toca Raul” "Moção Honrosa" Cruz, o querido gordinho supra mencionado, Marcelo “Kara de Kombi” e o belíssimo Santarosa. Um dia eu farei um post só para enaltecer as caractarísticas destas entidades.
Conta com a presença certa de alguns dos mais talentosos músicos de BQcity, o que acaba por deflagrar, assim, sem mais nem menos, dia menos dia, as melhores rodas de violão que se pode encontrar e sem hora pra acabar. Passam por lá os nossos amigos Klênio, Becão, Neném, Mosca (Pulga), Daniel, as turmas do Yelow Brick Road, dos Pré-Pagos, entre outros. Atração turística, sim. Cultural.
E não se preocupe com o fato de não conhecer ninguém. Trata-se de outra excepcional característica do pub. A turma recebe bem a todos e não tem discriminação de credo, raça, sexo ou convicção filosófica. Você pode até ser criacionista que nós vamos tomar uma cerveja juntos, afinal, a cerveja também veio de Adão e Eva.
A combinação é tentadora. Um proprietário no mínimo singular, um repertório de rock dos mais rebuscados, uma galera sem frescura e sem medo de ser feliz e os acontecimentos mais inusitados do planeta. O Hard Rock Saleh é assim, todo mundo passa em frente, muitos pensam em tomar uma cerveja, poucos entram...
Estes últimos costumam voltar sempre.